Bibliografia anotada I - Professor online
Após um longo período de pesquisa, optei por dois textos com abordagens distintas. O 1.º centra-se nas gerações de pedagogia e o 2.º nos tutores online, uma tendência crescente que certamente marcará a história da educação.
Anderson, T., &
Dron, J. (11 de 2012). Três gerações de
pedagogia de Educação a Distância. EaD em foco, pp. 119-134. Obtido de https://doi.org/10.18264/eadf.v2i1.162
Reflexão sobre a EaD propondo-se uma
abordagem que concilie as duas tendências dominantes (que alternam entre uma
análise assente nas gerações tecnológicas ou nas gerações pedagógicas) “pois estão
entrelaçadas em uma dança: a tecnologia marca o ritmo e cria a música, enquanto
a tecnologia define os movimentos” (p. 120). É observada esta influência
recíproca que exercem à luz das presenças cognitiva, social e de ensino. Existe
lugar na EaD para uma aprendizagem de cariz individualizado de cunho
cognitivo-behaviorista, de feição social com interações em grupo, marcada pelo
socioconstruvismo e ampliada com a chegada da 3ª geração tecnológica, e ainda assente
no consumo e produção colaborativa do conhecimento em rede através de encontros
dialógicos possibilitados com o advento da 4ª geração, onde “a presença
cognitiva é enriquecida pelas interações periféricas e emergentes em redes, em
que ex-alunos, profissionais praticantes e outros professores são capazes de
observar, comentar e contribuir para a aprendizagem conectivista”.(p. 126,127).
A pertinência do artigo liga-se à
clarividência de apresentar a comunhão das três gerações de pedagogia em
paralelo com as tecnologias e que as gerações de pedagogia não são
autoexclusivas, devendo ser mobilizadas em função do contexto das aprendizagens
a desenvolver. Cada geração de pedagogia da EaD transporta-nos para diferentes
papéis do professor (transmissor de conhecimento e produtor de conteúdos,
orientador e amigo crítico) que continuam a ter lugar nos contextos de
aprendizagem online.
Foca-se no
papel dos tutores virtuais no quadro da evolução da IA. Centra-se em estudos baseados
num projeto científico, utilizando o método dedutivo no processo de pesquisa
bibliográfica e documental.
A criação de
um agente virtual de perfil antropomórfico e perfilhando das qualidades humanas
determinantes num tutor ou professor humano online (empatia, qualidades
científica e didático-pedagógica…), abrange uma equipa multidisciplinar com especialistas
de áreas distintas.
Os autores
consideram que embora os AVA da EaD permitam a colaboração e interação entre
professores, alunos e conteúdos de modo síncrono ou assíncrono, “não são
estimulantes e suficientemente interativas para o tipo de estudante existente
atualmente no online.” (p. 193). Assim, os agentes inteligentes constituem uma
das novas tendências, podendo coexistir vários com papéis distintos (motivador,
mentor e o perito) que se complementam e enriquecem o cenário de aprendizagem. São
usados com intencionalidade pedagógica e percecionados como um recurso que “contribui
para melhorar o sucesso dos alunos e das instituições, devendo procurar
capturar a riqueza e dinamismo do comportamento humano e, consequentemente,
modelar a razão, inteligência emocional, inteligência social, processos
fisiológicos, processos cognitivos e expressão” (p. 187).
A relevância
do artigo prende-se com a caracterização e constituição dos agentes
inteligentes enquanto tutores e a explicitação das suas funções no quadro da EaD,
em particular no ensino superior online. Estamos certamente a viver uma nova
geração tecnológica que incide na IA e na criação de tutores inteligentes
personalizados para responder às necessidades individualizadas de cada aluno.
Neste tempo em que se iniciou a reflexão sobre a IA no processo educativo, é
relevante a existência de artigos como o presente pois clarificam a
possibilidade das funções dos tutores virtuais e desconstroem a (falsa) ideia
de que concorrem para a diminuição de tutores ou mesmo de professores humanos. Os
tutores virtuais constituem uma ferramenta complementar ao trabalho do agente
humano, não devendo ser encarados como concorrentes ou substitutos. São
facilitadores do trabalho de interação e mediação, de fomento à motivação e
envolvimento dos alunos na aprendizagem, são, numa palavra, ferramentas.
Tenhamos isso bem presente.
Olá, Cristina!
ResponderEliminarO primeiro texto (uma excelente referência para todos nós, inclusive) traz uma reflexão histórica e contextualizada muito interessante que, como bem disse, não exclui nenhuma das pedagogias. Pelo contrário: procura conciliar o melhor de cada uma. Como se refere Siemens (2005), as necessidades de aprendizagem (variáveis com o tempo e espaço) precisam estar corretamente relacionadas às teorias e princípios mais adequados para garanti-las e devem sempre refletir o ambiente social dos indivíduos.
Já o 2º texto traz um contributo interessante ao revelar o verdadeiro papel da IA neste contexto: otimizar o trabalho do professor/tutor. Quanto mais dados produz-se todos os dias, mais informação precisa ser analisada. E isso é um processo demorado para o ser humano. Certos tipos de dado, bem organizados e formatados, podem passar pelo crivo da IA para facilitar as análises dos professores e permitir que eles dediquem-se a outras tarefas pedagógicas.
Obrigado pelas excelentes anotações!
Siemes, G. (2005). Connectivism: a learning theory for the digital age. [online] Disponível em: http://www.itdl.org/Journal/Jan_05/article01.htm
Obrigada Jardel pelo seu comentário :-)
ResponderEliminar