Bibliografia anotada II - Personal Learning Environment

 

Photo by Sigmund on Unsplash


Na UC de Processos Pedagógicos em eLearning foi solicitada uma bibliografia anotada com 2 itens sobre o tema Personal Learning Environment (PLE).

Após um longo período de pesquisa, e condicionada pelos documentos disponíveis na Internet, optei por dois textos com abordagens distintas.

O 1.º, Personal Learning Environments – the future of eLearning?, de Graham Attwell é um texto de referência e bastante citado por diversos autores, que me propiciou a assimilação do conceito e a reflexão sobre o mesmo.

O 2.º texto, Los entornos personales de aprendizaje (PLE). Del cómo enseñar al cómo aprender, foi escolhido pela sua natureza pragmática e ligação à minha atividade profissional. Com ele aprendi mais sobre como utilizar os PLE em contexto educativo.

 
Attwell, Graham (2006). Personal Learning Environments – the future of eLearning? https://www.researchgate.net/publication/228350341_Personal_Learning_Environments-the_future_of_eLearning
  
    Texto centrado na indagação se os PLE poderão ser úteis ou mesmo centrais para a aprendizagem no futuro.
    Para Attwell, na criação de um PLE perpassam pressupostos como: aprendizagem ao longo da vida (acentuada com a presença das novas tecnologias nos locais de trabalho); aprendizagem contínua e desenvolvida em diferentes contextos e situações; reconhecimento da aprendizagem informal e o papel do indivíduo na organização e construção da sua aprendizagem. Um PLE constrói-se em consonância com o estilo de aprendizagem individual, através das ferramentas de software social.
    O autor levanta ainda outras questões como a transformação da educação ocasionada pelas mudanças tecnológicas, “hanging technologies are key drivers in educational change”; a partilha da informação “It is the ability to create, to share ideas, to join groups, to publish - to create their own identities which constitute the power and the attraction of the Internet for young people.” (p.4) e o acesso gratuito ao conhecimento.
    
    Apesar dos 15 anos que nos separam deste texto, a pertinência e relevância dos assuntos tratados permanecem atuais. Este é o tempo das pedagogias emergentes, da aprendizagem informal e da construção coletiva do conhecimento, em que os consumidores tornam-se eles próprios produtores, através da criação e partilha, reflexões desenvolvidas por Attwell.
    Em Attwell os PLE proporcionam mais responsabilidade e mais independência aos alunos. Implicam o redesenho do equilíbrio entre a aprendizagem institucional e a aprendizagem no mundo em geral “Critically, PLEs can bridge the walled gardens of the educational institutions with the worlds outsider”.

 Os PLE não são uma aplicação, mas sim uma nova abordagem à utilização de novas tecnologias para a aprendizagem.
 
 

Martínez Gimeno, A. y Torres Barzabal, L. (2013). Los entornos personales de aprendizaje (PLE). Del cómo enseñar al cómo aprender. EDMETIC, Revista de Educación Mediática y TIC, 2(1), 39-57. https://doi.org/10.21071/edmetic.v2i1
                    
    Focam os PLE como contributo na construção de uma aprendizagem significativa, enquadrada no construtivismo. As tecnologias digitais são vistas como ferramentas que “al ser utilizadas en el proceso de aprendizaje, dan como resultado una experiencia excepcional para el individuo en la construcción de su conocimiento.” (p.43).
    Mobilizam vários autores de referência que se debruçaram sobre o conceito de PLE, concluindo que PLE significa a utilização que se faz da Internet para aprender, através de recursos, pessoas e ferramentas. Defendem a inexistência de um PLE universal pois “es fruto de la actividad del individuo y de sus elecciones, gustos y circunstancias, y se deberá crear según las necesidades de las personas.” (p.50).
    Explicitam como criar um PLE, apresentando os seus pontos fortes e fracos, vantagens e limitações.
    Defendem que o professor deve ajudar o aluno na configuração do seu PLE, tanto na escolha das ferramentas como na sua utilização. Extraio como exemplos apontados da ligação do PLE à educação escolar: o controlo e responsabilidade do aluno sobre a sua aprendizagem, o aumento da presença social, a interação social, a partilha de experiências e a construção coletiva do conhecimento.

    As reflexões contidas neste artigo permanecem atualizadas e pertinentes, em particular neste tempo pandémico pautado por encerramentos das escolas que conduziram a um alavancar da educação digital e da relevância do papel do professor enquanto facilitador e orientador do aluno na construção do seu PLE. De um PLE que lhe permita desenvolver competências digitais enquadradas na filosofia da educação aberta. Para tal, é necessário capacitar tecnologicamente os professores e reforçar as suas competências metodológicas para incorporarem os PLE na prática educativa, entusiasmando os alunos a criarem os seus PLE numa perspetiva de autorregulação da aprendizagem inserida num ambiente flexível de colaboração e intercâmbio.




 

Comentários

Mensagens populares