O meu PLE (Personal Learning Environment)
UC - PROCESSOS PEDAGÓGICOS EM eLEARNING
Temática II - Os Personal Learning Environments
Tarefa 2 - Elaborar uma representação visual do PLE próprio, acompanhada de uma descrição comentada da mesma.
https://venngage.net/ps/iAdcUCF3v2k/personal-learning-environment
1. Fundamentação teórica
O Personal
Learning Environment (PLE) ou Ambientes Pessoais de Aprendizagem (APA)
baseia-se na incorporação de ferramentas Web 2.0 na aprendizagem.
Trata-se
de um ambiente personalizado, centrado no quadro de aprendizagem que cada um
desenvolve por si próprio, no seu processo construtivo, ancorado nas opções que
escolhe, em consonância com a sua satisfação/procura intelectual, profissional,
pessoal, social...
Assim,
cada um torna-se agente do seu processo de aprendizagem, selecionando os seus
objetivos, conteúdos e forma de comunicação com o outro. É o cenário das
experiências de aprendizagem, formais e informais, de pesquisas solitárias e de
trabalho colaborativo, da comunicação com o outro, sendo que das interações
estabelecidas (com ferramentas, conteúdos e pessoas) emerge o conhecimento.
Vários autores apresentam conceções divergentes sobre a definição de PLE, colocando o foco na autorregulação da aprendizagem ou nas tecnologias utilizadas, ou melhor, em duas grandes tendências: pedagógico/educacionais e tecnológico/instrumentais (Cabero, Marín & Infante, 2011, citado em Gimeno&Barbazal, 2013). Partilho da ideia de Adell (2011) ao definir um PLE não como um sistema (com uma estrutura, partes e funções definidas), mas como um conceito e uma forma de utilizar a Internet para aprender, constituída por um conjunto de recursos que utilizamos, pessoas com quem interagimos e as ferramentas tecnológicas que utilizamos.
Sendo professora, quero ainda ressaltar a relevância da integração dos PLE no processo educativo, no sentido que contribui para a melhoria das competências digitais do aluno, desenvolvimento da criatividade e da colaboração. A infografia (figura 1) é um excelente documento síntese sobre a utilização dos PLE em contexto educativo, com enfoque na perspetiva construtivista e conectivista, que partilho, na medida em que o conhecimento deve desenvolver-se através de tarefas enriquecidas pelos ambientes digitais, com recurso às ferramentas da Web 2.0, “(…) os alunos não só têm acesso a um mundo de informação ilimitada na ponta dos dedos, mas num instante também lhes é oferecida a possibilidade de controlar a direção da sua própria aprendizagem (Requena, 2008, citado em Martínez Gimeno&Torres Barzabal, (2013).
Reconheço a dificuldade que tive na construção do meu PLE. A começar pela identificação das categorias. Demorei horas na Internet a consultar diferentes PLE e composições gráficas. Cada um diferencia-se do outro, não existindo um modelo, pois cada PLE é
o resultado da atividade do indivíduo e das suas escolhas, gostos e circunstâncias, e deve ser criado de acordo com as necessidades do indivíduo. (Adell, 2011).
Recorri, uma vez mais, a Adell (2011) para a organização concetual, identificando três componentes principais: ferramentas para pesquisar e aceder à informação; para criar, editar e publicar informação e relacionamentos com outras pessoas desenvolvidos através de: (i) recursos, experiências e atividades que divulgamos; (ii) relações pessoais e do diálogo com pessoas de quem gostamos e (iii) produções e objetos pessoais que partilhamos. Este é um caminho…
O modelo dos 4 C’s de Chris Sessums foi outra inspiração. Centra-se nas atividades designadas por: coletar, comunicar, criar e colaborar (Almeida, 2019).
Encontrar
o meu PLE…
(…) es decir, las herramientas, los procesos mentales y las actividades que me permiten compartir, reflexionar, discutir y reconstruir con otros conocimiento –y dudas–, así como las actitudes que propician y nutren ese intercambio. (Castañeda&Adell, 2013, p. 17).
Entre vários ensaios e discussões com colegas da turma, chego a seis categorias, às minhas seis categorias, e às ferramentas que utilizo atualmente de forma regular, sistemática e contínua. As ferramentas que fazem parte do meu PLE são as que regularmente uso na minha atividade profissional, pessoal e social. Algumas servem várias categorias e por isso aparecem duplicadas ou triplicadas, como é o caso do Kahoot, Padlet, entre outras, que recorro para construir conteúdos, partilhar e colaborar com outros agentes humanos e diferentes cenários da edificação do conhecimento. Há ferramentas que uso esporadicamente e por isso não as considerei, como o Powtoon, Moovly ou Emaze. A construção da representação gráfica demorou vários dias pois ‘sentia’ sempre (e sinto) que falta alguma ferramenta.
Após
a testagem de vários espaços para a construção da representação gráfica do meu
PLE, como o Canvas, Mindmodo, Symbaloo, e o Genially, optei pelo Venngage por
me identificar esteticamente com um dos seus templates, poder agrupar as
ferramentas em categorias e ter concebido a arquitetura do PLE como um lugar
dinâmico, onde o clique no ícone nos pode transportar para o espaço específico.
Há representações gráficas de PLE onde são dispostos os ícones das ferramentas
sem a explicitação a que se referem. Simplesmente, os autores partem do
pressuposto que qualquer indivíduo consegue associar o ícone à ferramenta.
Acredito que essa premissa não é válida para aquelas que são menos
desconhecidas. Assim, no meu PLE cada ícone tem a hiperligação para o espaço.
Nalguns, a ligação é feita para os meus espaços. São exemplos: WIX – ligação ao
meu site de HCA; Blogger – ligação ao meu blog do presente mestrado; Padlet –
ligação para um dos meus murais, no caso o Mural de Jogos de História da Arte
concebido para uma das UC do presente mestrado. Os ícones das ferramentas têm
tamanhos variados pois quis que transparecesse a ideia dos que são mais
importantes para mim. Penso que o resultado final se fixou num PLE apelativo,
‘bem-disposto’, funcional e dinâmico.
4. As categorias e ferramentas selecionadas. A explicitação do meu PLE
Pesquisa (cor rosa) – ferramentas para encontrar informação e conteúdos, privilegiando os REA (com licenças Creative Commons mais abertas).
É
constituída por ferramentas que apoiam as pesquisas desenvolvidas enquanto
professora e aluna.
É
uma das categorias mais relevantes no meu PLE pois o meu trabalho centra-se
maioritariamente na pesquisa e investigação (a frequência deste mestrado em
intensificado esta área).
Destaco as pesquisas no Google, Wikipédia, Youtube, SmartHistory e Repositório Aberto da UAb.
Produção (cor amarela) – ferramentas para construir conteúdos enquadrados na filosofia da Educação Aberta.
Sou
produtora de conteúdos ligados à minha profissão docente e também esta
categoria foi ampliada com a frequência deste mestrado dadas as várias tarefas
que nos são solicitadas de criação de artefactos.
Destaco as ferramentas do Office, em particular o Word e o Powerpoint, Padlet, Kahoot e recentemente o Genially.
Partilha (cor laranja) – ferramentas e espaços que possibilitam a divulgação dos conteúdos construídos por mim e pelos meus alunos.
Acredito
veementemente na partilha do conhecimento e estremeço com os conteúdos que são
deixados entre as 4 paredes de uma sala de aula ou que ficam acumulados numa
pen. Por isso os partilho, por isso incentivo os meus colegas e alunos a
produzir e partilhar.
O Slideshare e o Youtube têm sido os meus espaços preferenciais de alojamento de conteúdos. No ano passado criei um site no WIX e agora um blog no Blogger (mestrado). Plataformas de acesso restrito, como o Moodle e o Classroom também têm servido como repositórios dos conteúdos que produzo. Descobri recentemente o Pearltrees enquanto espaço aglutinador e organizador das pesquisas que faço e que promove igualmente a partilha.
Colaboração (cor azul) – nesta sociedade em rede, as pedagogias construtivistas e conectivistas encontram ‘espaço’ na rede para dilatarem e consolidarem os nós. Fazer com o outro é melhor do que solitariamente. Colaborar enriquece sobremaneira cada PLE. E a Web 2.0 potencia isso. Aqui destaco o Google Docs pois tem sido a ferramenta que mais uso nesta categoria.
Comunicação (cor verde) – evitar o isolamento, encontrar o outro que interfere no meu caminho de aprendizagem.
São cinco ferramentas que ‘habitam’ comigo: o Gmail é o meu “Posto dos Correios”, o Zoom, a minha sala visual; a plataforma do MPeL, o espaço onde permaneço um número significativo de horas a comunicar com os meus colegas, professores e os recursos colocados; o Whatsapp e o Facebook ‘rivalizam’ enquanto espaços privilegiados de comunicação com grupos, em jeito de comunidades de aprendizagem. O Instagram e ainda o Facebook são ainda usados como redes sociais que potenciam a comunicação.
Comunidade (cor vermelha) – aprender com os outros de forma recíproca e interativa na perspetiva da criação de uma inteligência coletiva. Na sequência da categoria anterior, senti necessidade de autonomizar esta, apelidando-a de Comunidade. Aqui se situam os grupos de aprendizagem de que faço parte em diversas plataformas, como o Facebook e o Whatsapp e as Comunidades constituídas na sequência da frequência do presente mestrado e de cursos que frequento da Nau.
Os
PLE são relevantes na perspetiva da aprendizagem ao longo da vida, na medida em
que apresentam as ferramentas, recursos e interações desenvolvidos por cada um
em consonância com o trilho que pretende seguir. Cada PLE é único pois “es
fruto de la actividad del individuo y de sus elecciones, gustos y
circunstancias, y se deberá crear según las necesidades de las personas.”
(Martínez Gimeno&Torres Barzabal, 2013).
5. Referências bibliográficas
Adell, J. (2011). Sobre Entornos Personales
de Aprendizaje. Recuperado de: http://es.calameo.com/read/00057299632ce8b79e66e.
Almeida, A.M. (2019). Ambientes Pessoais de
Aprendizagem (PLE): estudo de um ecossistema pedagógico para a aprendizagem ao
longo da vida. (Dissertação de Mestrado, Universidade Aberta, Lisboa,
Portugal). https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/9094.
Castañeda, L.&Adell J. (2013). Entornos Personales de Aprendizaje: claves para el ecosistema educativo en red. Alcoy: Marfil. https://www.um.es/ple/libro/.
Martínez Gimeno, A. y Torres Barzabal, L. (2013). Los entornos personales de aprendizaje (PLE). Del cómo enseñar al cómo aprender. EDMETIC, Revista de Educación Mediática y TIC, 2(1), 39-57. https://doi.org/10.21071/edmetic.v2i1
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ResponderEliminarOlá Cristina!
ResponderEliminarTambém me inspirei nos modelo dos 4 C's, mas as categorias pareceram-me insuficientes.
Parabéns pela representação gráfica do seu PLE. É bem colorida e transmite a ideia de conexão entre as diferentes ferramentas.
Abraços
#ppel7
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarOlá Joana, obrigada. O meu maior problema nem foi tanto o encontro das categorias mas o facto das ferramentas servirem várias categorias.
EliminarAbraço
Sim, esse é outro problema... que eu tentei ultrapassar usando outra forma de representação.
ResponderEliminarAbraço